Ação nacional combate rede criminosa que atuava em plataformas digitais e tinha crianças e adolescentes como principais vítimas
Nesta terça-feira (27), a Polícia Civil deflagrou a Operação Mão de Ferro 2, uma megaoperação nacional que desarticulou uma rede criminosa especializada em crimes cibernéticos de alta gravidade, com foco em crianças e adolescentes. A ação ocorreu simultaneamente em diversos estados, incluindo o Piauí, onde um adolescente de 17 anos, natural de Oeiras, é alvo de investigação.
Adolescente de Oeiras é suspeito de envolvimento
De acordo com informações do delegado Yan Brayner, o adolescente é investigado por crimes como armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil, além de envolvimento em grupos especializados em fraudes de cartão de crédito no meio digital.
Apesar da gravidade dos fatos, o menor não foi apreendido, mas segue sendo investigado e permanece como alvo da operação.
Crimes praticados pela rede criminosa
As investigações, coordenadas pela Polícia Civil do Mato Grosso, revelaram que a organização criminosa atuava de forma estruturada e articulada nas plataformas WhatsApp, Telegram e Discord, praticando uma série de crimes, entre eles:
- Indução, instigação e auxílio à automutilação e ao suicídio
- Perseguição (stalking) e ameaças
- Produção, armazenamento e compartilhamento de pornografia infantil
- Apologia ao nazismo
- Invasão de sistemas informatizados e acesso não autorizado a bancos de dados públicos
Os criminosos promoviam violência psicológica, coação, ameaças e exposição pública de vítimas, causando danos emocionais e psicológicos, especialmente em crianças e adolescentes.
A operação em números
Foram cumpridos 21 mandados judiciais, incluindo prisões temporárias, internações socioeducativas e mandados de busca e apreensão nos seguintes estados:
- Amazonas (Manaus e Uruçará)
- Bahia (Mairi)
- Ceará (Fortaleza e Itaitinga)
- Espírito Santo (Serra)
- Minas Gerais (Sete Lagoas e Caeté)
- Mato Grosso (Sinop e Rondonópolis)
- Mato Grosso do Sul (Aquidauana)
- Pará (Marabá, Barcarena, Canaã dos Carajás e Ananindeua)
- Piauí (Oeiras)
- Rio Grande do Sul (Lajeado)
- Sergipe (São Domingos)
- São Paulo (São Paulo, Guarulhos, Porto Feliz, Itu, Santa Isabel e Altair)
Atuação coordenada e nacional
A ação foi realizada pela Polícia Civil do Estado de Mato Grosso, em conjunto com o Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), da Diretoria de Operações e Inteligência (Diopi) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), além das Polícias Civis dos estados envolvidos.
Segundo o diretor da Diopi, Rodney Silva, a operação foi resultado de uma integração operacional inédita, que possibilitou uma ação robusta e simultânea, visando proteger crianças e adolescentes dos perigos do ambiente digital.
“A troca de informações e o alinhamento foram fundamentais para que a operação atingisse uma abrangência nacional, visando proteger nossas crianças e responsabilizar aqueles que se escondem no ambiente digital para praticar crimes tão graves”, destacou Rodney Silva.
Por que o nome Mão de Ferro 2?
O nome da operação representa a resposta rigorosa e firme do sistema de segurança pública frente aos crimes digitais, especialmente aqueles que afetam crianças e adolescentes. A escolha simboliza o combate à exploração, à violência psicológica e à disseminação de conteúdos de ódio e autodestruição no meio digital.
Cuidados e orientações para pais e responsáveis
Diante dos riscos crescentes no ambiente digital, especialistas recomendam que pais e responsáveis:
- Acompanhem a rotina online das crianças e adolescentes
- Conversem frequentemente sobre os perigos da internet
- Utilizem ferramentas de controle parental
- Estimulem o uso consciente e seguro da tecnologia
- Denunciem qualquer suspeita de crime cibernético através dos canais oficiais, como o Disque 100, SaferNet ou delegacias especializadas.
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