Sindicato dirigido por irmão de Lula tentou autorizar desconto sem consentimento em contracheques de aposentados

Foto: Reprodução 

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), atualmente comandado por Milton Cavalo e que tem como vice-presidente Frei Chico — irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) —, atuou junto ao governo federal no início do atual mandato para tentar flexibilizar regras e permitir descontos automáticos nos contracheques de beneficiários do INSS, sem autorização prévia.

A informação foi revelada pelo portal Metrópoles, que teve acesso a um documento enviado ao então ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), em 30 de janeiro de 2023. O ofício foi assinado pelo ex-presidente do Sindnapi, João Batista Inocentini, falecido no mesmo ano.

O documento continha uma série de reivindicações ao novo governo, dentre elas, a solicitação de autorização para descontos mensais em benefícios pagos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), incluindo o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).

Esses dois programas atendem, majoritariamente, idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade social. No entanto, a tentativa de autorizar os descontos foi rejeitada, uma vez que a legislação proíbe qualquer retenção de valores nos benefícios assistenciais.

O envolvimento de Frei Chico, irmão do presidente Lula, levanta questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse. Frei Chico integra a direção do Sindnapi desde 2008 e, desde 2023, ocupa a vice-presidência da entidade. A tentativa de alteração nas regras de desconto ocorreu logo nos primeiros meses do terceiro mandato do atual presidente.

Apesar das críticas, o Sindnapi defendeu a ação:
“É natural que as lideranças procurem o novo governo para fazer as articulações de suas pautas”, afirmou o sindicato em nota oficial.

Hoje, qualquer desconto feito em folha de pagamento de aposentados, pensionistas ou beneficiários do INSS exige autorização expressa do titular. A tentativa de flexibilização dessa exigência, ainda que não tenha sido concretizada, acendeu alerta entre entidades que monitoram os direitos dos idosos e das pessoas com deficiência, justamente por sua vulnerabilidade a práticas abusivas.

Até o momento, o governo federal não anunciou nenhuma mudança nas regras vigentes. Contudo, a revelação do documento aumenta a pressão sobre o Sindnapi e a própria gestão do INSS para que haja maior fiscalização e transparência em relação às entidades que têm permissão para realizar descontos nos benefícios dos segurados.

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