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Foto: Reprodução |
Religioso foi acusado formalmente à Congregação para a Doutrina da Fé após episódio que culminou na demissão de trabalhador em Joinville (SC); caso segue repercutindo nacionalmente
A recente polêmica envolvendo o padre Fábio de Melo e o ex-gerente de uma unidade da cafeteria Havanna, em Joinville (SC), ganhou um novo desdobramento. O religioso foi oficialmente denunciado ao Vaticano por um bispo de Santa Catarina, segundo informações do jornalista Ricardo Feltrin. A queixa foi encaminhada à Congregação para a Doutrina da Fé, instância responsável por investigar desvios de conduta entre membros do clero.
De acordo com a denúncia, o padre teria agido de forma incompatível com os valores cristãos ao se envolver em um episódio que resultou na demissão de Jair José Aguiar da Rosa, ex-funcionário da cafeteria. Embora a ação não gere punições severas, o registro do padre passa a constar como "manchado" nos arquivos disciplinares da Igreja.
Fundada em 1542, originalmente como uma instância da Inquisição, a Congregação para a Doutrina da Fé atua hoje como um tribunal eclesiástico. Ela é responsável por julgar denúncias contra membros da Igreja Católica que envolvam questões como desvio de conduta moral, má administração de recursos, casos de abuso sexual e outros delitos graves.
O Papa Bento XVI (Joseph Ratzinger), antes de assumir o pontificado, foi o chefe da Congregação por mais de duas décadas.
O caso ganhou notoriedade nacional após o ex-gerente Jair José Aguiar da Rosa ser desligado da cafeteria onde trabalhava. A decisão teria ocorrido após a ampla repercussão de vídeos envolvendo o religioso e críticas ao atendimento no local.
Jair decidiu mover uma ação civil contra o padre e prepara uma ação trabalhista contra a empresa, segundo nota divulgada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Turismo, Hospitalidade e de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sitratuh).
“A ação cível contra o influenciador religioso já foi distribuída e está em trâmite para ingresso da ação trabalhista contra a empresa, que, na tentativa de se blindar da repercussão do vídeo, acabou jogando toda a culpabilidade para cima do empregado”, declarou o advogado Eduardo Tocilo.
Em entrevista concedida ao programa Tá na Hora, do SBT, no fim de maio, Jair relatou os impactos da polêmica em sua vida. Disse estar enfrentando depressão, síndrome do pânico e ansiedade, além de ter sido obrigado a trancar a faculdade a apenas três meses da formatura.
“Eu queria que ele explicasse por que fez isso comigo. Porque, como é visto nas câmeras de segurança, em momento algum eu falo com ele”, afirmou Jair, que também disse ter medo de sair de casa devido à exposição nas redes.
Em nota oficial enviada à imprensa, o padre Fábio de Melo negou qualquer intenção de prejudicar o ex-gerente. Disse que segue sua missão com a consciência tranquila e que está comprometido com valores de amor, diálogo e acolhimento.
“Nunca, em tempo algum, levantei minha voz ou minha ação com intuito de ferir ou prejudicar quem quer que fosse. [...] Se, em algum momento, minha postura causou dor a alguém, reafirmo: estendo a mão não para julgar, mas para dialogar”, declarou.
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