COP30 em Belém terá foco em justiça climática, diz Lula ao convidar Trump e Xi Jinping

Presidente brasileiro defende seriedade no debate climático e propõe reunião exclusiva com chefes de Estado dois dias antes da conferência

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado (7), em entrevista coletiva concedida em Paris, que deseja a presença do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na COP30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém do Pará, no coração da Amazônia. “Vou ligar para o Trump e dizer: ‘Ô cara, a COP é aqui no Brasil. Vamos discutir esse negócio’”, declarou Lula, ao defender uma postura mais incisiva dos líderes mundiais nas discussões sobre o clima.

A Conferência das Partes (COP), evento da ONU sobre mudanças climáticas, reúne anualmente representantes de quase 200 países com o objetivo de debater ações concretas para reduzir emissões de gases de efeito estufa e proteger o meio ambiente. Esta será a primeira vez que a COP ocorrerá na Amazônia brasileira, região estratégica para o equilíbrio climático global.

Encontro com chefes de Estado antes da COP30

Lula anunciou a intenção de promover uma reunião exclusiva com chefes de Estado e de governo dois dias antes do início oficial da COP30. A ideia é aprofundar as discussões técnicas e políticas, buscando compromissos mais sólidos.

Segundo o presidente, a COP30 não pode ser apenas uma “feira de vaidades” ou um “evento festivo”, mas sim um fórum decisivo para a definição de metas reais e mecanismos eficazes de fiscalização. Ele reforçou a importância da presença de líderes de grandes potências como Donald Trump e o presidente chinês Xi Jinping, destacando que o diálogo entre diferentes visões é fundamental.

Amazônia como palco central do debate climático

A escolha de Belém como sede da conferência tem valor simbólico e estratégico. “Quero que o mundo veja a cara da Amazônia. Todo mundo pensa que é só um monte de árvore. Não! São 30 milhões de seres humanos que habitam a Amazônia. E dentre esses 30 milhões tem gente que passa fome”, declarou Lula.

O presidente defendeu que as populações locais — indígenas, pescadores, seringueiros, extrativistas e pequenos produtores — estejam no centro do debate climático, com espaço garantido para apresentar suas demandas e vivências. Para Lula, proteger a floresta significa também garantir justiça social e dignidade para seus habitantes.

Países ricos têm dívida histórica com o planeta, diz Lula

Lula reiterou que as nações industrializadas possuem uma dívida histórica com o meio ambiente, pois seu desenvolvimento econômico ocorreu à custa de altíssimos níveis de poluição e degradação ambiental.

Ele estimou que o custo para limitar o aquecimento global a 1°C pode ultrapassar US$ 1,3 trilhão — valor que, segundo ele, deve ser liderado por investimentos dos países mais ricos. “É na COP que vamos saber se as pessoas querem tratar essa questão do clima com seriedade”, afirmou.

Lula também defendeu a criação de uma governança climática global mais representativa e com poder decisório, capaz de fiscalizar o cumprimento de metas e punir o descumprimento de compromissos firmados.

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