IMPERATRIZ (MA) – Jordélia Pereira Barbosa, acusada de duplo homicídio e tentativa de homicídio por envenenamento, perdeu temporariamente a guarda dos dois filhos que teve com o ex-marido. A decisão, de caráter provisório, foi assinada na segunda-feira (12) pelo juiz Alexandre Antônio José de Mesquita, da 3ª Vara da Comarca de Santa Inês.
A medida atende a um pedido do pai das crianças, que atualmente já exerce a guarda de fato dos menores desde a prisão de Jordélia. Segundo o magistrado, a acusada está, por ora, impedida de exercer a guarda dos filhos, tendo em vista sua condição de ré em processo criminal por crimes graves, o que compromete sua capacidade de zelar pelo bem-estar das crianças.
A decisão judicial concede à mãe o prazo legal de até 30 dias para apresentar contestação.
Acusação e prisão
Jordélia está presa desde o dia 17 de abril, suspeita de ter envenenado um ovo de Páscoa e enviado o produto para Mirian Lira, atual companheira de seu ex-marido. Os filhos de Mirian — Evelyn Fernanda Rocha Silva, de 13 anos, e Luís Fernando, de 7 — morreram após ingerir o chocolate. A própria Mirian também consumiu o doce, passou mal e precisou ser hospitalizada, mas sobreviveu.
As investigações apontam que Jordélia não aceitava o término do relacionamento com o ex-marido, com quem mantinha guarda compartilhada das crianças. Após sua prisão, o pai das crianças solicitou e obteve a guarda unilateral. A Justiça também suspendeu a obrigatoriedade de pagamento de pensão alimentícia por parte dele, já que os filhos agora estão sob seus cuidados diretos.
Planejamento e execução
De acordo com a Polícia Civil e o Ministério Público, o crime teria sido premeditado e motivado por vingança — o que, segundo os promotores, configura motivo torpe e pode agravar a pena, que pode chegar a 30 anos de prisão por cada crime, caso a ré seja condenada.
As investigações revelam que Jordélia percorreu cerca de 400 km de Santa Inês até Imperatriz durante o feriado da Páscoa, com o objetivo de dificultar uma resposta rápida das autoridades. Hospedada em um hotel da cidade sob disfarce, utilizando uma peruca preta, ela tentou se passar por representante comercial para oferecer uma degustação de chocolates no supermercado onde Mirian trabalha como operadora de caixa. Como a ação foi negada pelo gerente, ela colocou em prática um segundo plano: comprou um ovo de Páscoa em uma loja do shopping local, retornou ao hotel e contratou um serviço de entregas para enviá-lo ao endereço de Mirian.
O chocolate foi consumido na noite de 16 de abril. Evelyn e Luís Fernando morreram com poucos dias de diferença. Exames periciais confirmaram a presença de “chumbinho”, um raticida clandestino, no doce, nos corpos das vítimas e entre os materiais apreendidos com a acusada.
Defesa e processo
Jordélia permanece custodiada na Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís (UPFEM), onde aguarda o andamento do processo criminal. Sua defesa nega todas as acusações e sustenta que os fatos serão esclarecidos durante o curso do processo judicial.
Durante entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo, Mirian Lira revelou ter recebido ameaças por mensagens antes do crime. Em uma delas, Jordélia teria dito: “Família que tem promessa, ninguém se mete. E quando faz isso que você está fazendo, paga o preço.”
A Justiça segue acompanhando o caso, que segue em tramitação sob forte comoção pública.
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