Netanyahu sugere assassinato de líder supremo do Irã como solução para o conflito: tensão no Oriente Médio se intensifica

Escalada entre Israel e Irã entra no quarto dia, com mais de 240 mortos, bombardeios intensos e risco de guerra regional

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira (16) que não descarta a possibilidade de assassinar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, em uma declaração que acirra ainda mais as tensões entre os dois países. A fala ocorreu em entrevista à rede americana ABC News, onde o premiê alegou que tal medida “não escalaria o conflito, mas encerraria a guerra”.

“Não se trata de escalar, mas de finalizar. O Irã está por trás de décadas de terrorismo e ameaça nossa existência. Se removermos o cérebro por trás disso, o corpo cai”, declarou Netanyahu, referindo-se a Khamenei como o "mentor do terror no Oriente Médio".

De acordo com fontes diplomáticas, o governo israelense teria considerado o plano de assassinato de Khamenei em 2020, mas a ação foi vetada pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, temendo uma guerra regional incontrolável. Agora, diante da escalada do conflito atual, Netanyahu voltou a colocar a proposta em pauta.

Quatro dias de guerra: mais de 240 mortos e civis entre os alvos

O confronto direto entre Israel e Irã teve início na sexta-feira (13), após Israel lançar a “Operação Leão Ascendente”, uma ofensiva militar direcionada a instalações nucleares e bases militares iranianas. Desde então, pelo menos 224 iranianos e 22 israelenses morreram, segundo balanços oficiais divulgados pelos governos locais.

A maioria das vítimas são civis, incluindo mulheres e crianças. Em um dos episódios mais trágicos, um bombardeio israelense em Teerã destruiu um edifício residencial de 14 andares no sábado (14), causando a morte de 60 pessoas e ferindo dezenas.

Em resposta, o Irã lançou mísseis contra cidades israelenses como Tel Aviv, Haifa e Ashdod. A Guarda Revolucionária Iraniana afirmou que os ataques são legítima defesa e prometeu represálias “contundentes e contínuas”.

Objetivo israelense: neutralizar o programa nuclear iraniano

Um dos alvos principais da ofensiva israelense são as instalações nucleares iranianas. O ataque a Natanz, maior centro de enriquecimento de urânio do país, resultou em explosões em série e na paralisação da planta, segundo imagens de satélite divulgadas por agências internacionais.

Israel afirma que o Irã estaria a poucos dias de conseguir material físsil suficiente para produzir ogivas nucleares. Netanyahu sustenta que as ações visam impedir um “Holocausto moderno” e que “não há espaço para hesitação diante de uma ameaça existencial”.

Além das instalações nucleares, a sede do Ministério da Defesa do Irã, prédios do governo, e até mesmo a TV estatal iraniana foram bombardeados, numa tentativa de desestabilizar a infraestrutura estratégica de comando iraniano.

Contexto histórico: décadas de rivalidade e tensão

A hostilidade entre Israel e Irã não é nova. Desde a Revolução Islâmica de 1979, que instaurou a República Islâmica do Irã, o governo iraniano passou a adotar uma postura abertamente anti-Israel, financiando grupos como o Hezbollah e o Hamas.

Nos últimos anos, a tensão aumentou com o avanço do programa nuclear iraniano e os frequentes ataques aéreos israelenses contra alvos iranianos na Síria. Em 2020, os EUA mataram o general iraniano Qassem Soleimani, o que quase levou à guerra.

Risco de guerra regional e reações internacionais

A comunidade internacional observa com grave preocupação a escalada militar. A União Europeia convocou uma reunião de emergência para esta terça-feira (17) com o objetivo de intermediar um cessar-fogo.

Os Estados Unidos, embora aliados de Israel, se mantêm oficialmente fora do conflito, mas estão mobilizando tropas no Oriente Médio para "proteger interesses estratégicos". O presidente Trump afirmou que ainda prefere uma “solução diplomática”, mas não descarta envolvimento direto caso Israel seja atacado com armas nucleares ou químicas.

Países como China, Rússia e Arábia Saudita também se posicionaram. A China pediu “moderação máxima”, enquanto a Rússia afirmou que “a legitimidade de Israel como Estado não dá carta branca para assassinar líderes estrangeiros”.

Impactos globais: petróleo, refugiados e diplomacia

A guerra já tem reflexos na economia global. O preço do petróleo disparou 9% após o fechamento de refinarias no Irã e ataques a depósitos de combustível em Israel. Especialistas alertam para um efeito cascata, com impacto nos preços de alimentos, passagens e combustíveis.

Além disso, países vizinhos como Jordânia, Líbano e Turquia já estão recebendo um número crescente de refugiados. A ONU estima que mais de 150 mil pessoas já deixaram suas casas desde sexta-feira.

Brasileiros tentam deixar a região

Uma comitiva de autoridades brasileiras que estava em missão oficial em Tel Aviv aguarda apoio diplomático para retornar ao Brasil. O espaço aéreo israelense foi parcialmente fechado, dificultando a saída de civis e estrangeiros.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que acompanha a situação de cerca de 350 brasileiros em Israel e 80 no Irã, e que acionou a Embaixada em Tel Aviv para garantir abrigo e assistência.


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