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Foto: Reprodução |
Estudos recentes revelam que a origem da esteatose hepática está ligada a desequilíbrios metabólicos, e não apenas à dieta rica em gordura
A antiga crença de que o acúmulo de gordura no fígado seria consequência direta da ingestão de alimentos gordurosos foi superada por estudos científicos atualizados. A condição, antes conhecida como NAFLD (doença hepática gordurosa não alcoólica), agora passa a ser chamada de MASLD (Doença Hepática Gordurosa Associada à Disfunção Metabólica), refletindo sua verdadeira causa: o desequilíbrio metabólico, especialmente a resistência à insulina.
Fatores metabólicos são os principais causadores da esteatose
Estudos publicados nos últimos anos demonstram que o principal gatilho para o acúmulo de gordura no fígado é a resistência à insulina, uma condição comum em pessoas com sobrepeso, obesidade, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. Esse desequilíbrio leva o próprio fígado a produzir gordura por meio da lipogênese hepática de novo, independentemente do consumo de gordura alimentar.
Pesquisadores apontam ainda que a presença de níveis elevados de glicose no sangue, aliada ao consumo excessivo de carboidratos simples, como frutose e açúcares refinados, agrava esse processo.
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Não é só o que se come, mas como o corpo reage
A composição da dieta continua sendo importante, mas o que mais pesa é como o organismo responde ao que é ingerido. Dietas ricas em alimentos ultraprocessados, especialmente os com alto teor de açúcar e gordura saturada, aumentam os riscos. Por outro lado, alimentos com gorduras boas — como azeite de oliva, abacate e castanhas — têm efeito protetor quando aliados a um estilo de vida saudável.
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Nova nomenclatura: foco na causa, não no comportamento
A mudança da sigla NAFLD para MASLD, oficializada em 2023 por entidades médicas internacionais, veio com o objetivo de afastar o estigma de que a doença é causada por maus hábitos alimentares ou uso de álcool. A nova nomenclatura enfatiza o papel central da disfunção metabólica e melhora a comunicação entre médicos e pacientes.
A mudança também permite uma abordagem mais integrada, associando o tratamento da esteatose ao controle de outras condições como hipertensão e colesterol elevado.
Estudo aponta que 1 em cada 3 adultos já tem gordura no fígado
Dados de um levantamento realizado por universidades brasileiras em 2023 indicam que cerca de 35% da população adulta acima de 35 anos apresenta algum grau de gordura hepática. O número é alarmante, principalmente por se tratar de uma condição silenciosa, que raramente apresenta sintomas nos estágios iniciais.
Se não for controlada, a esteatose pode evoluir para inflamação hepática (MASH), fibrose, cirrose e até câncer de fígado.
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O que fazer para prevenir ou tratar a gordura no fígado
Especialistas recomendam algumas medidas fundamentais para prevenir ou controlar a condição:
- Reduzir o consumo de açúcares simples e ultraprocessados
- Praticar atividades físicas regularmente
- Manter o peso corporal adequado
- Controlar doenças associadas, como diabetes e colesterol
- Realizar exames laboratoriais e de imagem regularmente
A avaliação médica é essencial para determinar o grau da condição e indicar o tratamento mais adequado.
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