Gordura no Fígado não Vem Só da Comida: Novo Entendimento Científico Muda a Forma de Encarar a Doença

Foto: Reprodução

Estudos recentes revelam que a origem da esteatose hepática está ligada a desequilíbrios metabólicos, e não apenas à dieta rica em gordura

A antiga crença de que o acúmulo de gordura no fígado seria consequência direta da ingestão de alimentos gordurosos foi superada por estudos científicos atualizados. A condição, antes conhecida como NAFLD (doença hepática gordurosa não alcoólica), agora passa a ser chamada de MASLD (Doença Hepática Gordurosa Associada à Disfunção Metabólica), refletindo sua verdadeira causa: o desequilíbrio metabólico, especialmente a resistência à insulina.

Fatores metabólicos são os principais causadores da esteatose

Estudos publicados nos últimos anos demonstram que o principal gatilho para o acúmulo de gordura no fígado é a resistência à insulina, uma condição comum em pessoas com sobrepeso, obesidade, diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. Esse desequilíbrio leva o próprio fígado a produzir gordura por meio da lipogênese hepática de novo, independentemente do consumo de gordura alimentar.

Pesquisadores apontam ainda que a presença de níveis elevados de glicose no sangue, aliada ao consumo excessivo de carboidratos simples, como frutose e açúcares refinados, agrava esse processo.

Faça seu pedido aqui!

Não é só o que se come, mas como o corpo reage

A composição da dieta continua sendo importante, mas o que mais pesa é como o organismo responde ao que é ingerido. Dietas ricas em alimentos ultraprocessados, especialmente os com alto teor de açúcar e gordura saturada, aumentam os riscos. Por outro lado, alimentos com gorduras boas — como azeite de oliva, abacate e castanhas — têm efeito protetor quando aliados a um estilo de vida saudável.

Leia também: Redução de 48% nos roubos de celulares no Piauí revela impacto de ações integradas

Nova nomenclatura: foco na causa, não no comportamento

A mudança da sigla NAFLD para MASLD, oficializada em 2023 por entidades médicas internacionais, veio com o objetivo de afastar o estigma de que a doença é causada por maus hábitos alimentares ou uso de álcool. A nova nomenclatura enfatiza o papel central da disfunção metabólica e melhora a comunicação entre médicos e pacientes.

A mudança também permite uma abordagem mais integrada, associando o tratamento da esteatose ao controle de outras condições como hipertensão e colesterol elevado.

Estudo aponta que 1 em cada 3 adultos já tem gordura no fígado

Dados de um levantamento realizado por universidades brasileiras em 2023 indicam que cerca de 35% da população adulta acima de 35 anos apresenta algum grau de gordura hepática. O número é alarmante, principalmente por se tratar de uma condição silenciosa, que raramente apresenta sintomas nos estágios iniciais.

Se não for controlada, a esteatose pode evoluir para inflamação hepática (MASH), fibrose, cirrose e até câncer de fígado.

Leia também: TCE-PI determina bloqueio de contas de entes públicos por falta de prestação de contas

O que fazer para prevenir ou tratar a gordura no fígado

Especialistas recomendam algumas medidas fundamentais para prevenir ou controlar a condição:

  • Reduzir o consumo de açúcares simples e ultraprocessados
  • Praticar atividades físicas regularmente
  • Manter o peso corporal adequado
  • Controlar doenças associadas, como diabetes e colesterol
  • Realizar exames laboratoriais e de imagem regularmente

A avaliação médica é essencial para determinar o grau da condição e indicar o tratamento mais adequado.

Nota:
As informações contidas nesta matéria têm caráter exclusivamente informativo e não substituem a orientação, diagnóstico ou tratamento médico. Em caso de sintomas ou dúvidas sobre sua saúde, procure um profissional qualificado. Somente um médico poderá avaliar adequadamente cada caso.


Fique por dentro!
Siga no Instagram: @cidadesemevidencia
Participe do grupo de notícias no WhatsApp: Clique aqui
Envie sua pauta ou sugestão para nossa Redação: (86) 99486-2044

Portal Cidades em Evidência – Informação com credibilidade e alcance regional e nacional.


Post a Comment

Postagem Anterior Próxima Postagem