Sigla se tornará a oitava maior bancada da Câmara e a quinta no Senado; incorporação é estratégia para sobrevivência política
O cenário político brasileiro passa por mais uma reconfiguração importante. PSDB e Podemos oficializam, nesta quinta-feira (5/6), sua união por meio de uma incorporação que dará origem a uma das maiores bancadas do Congresso Nacional. Com 28 deputados federais e sete senadores, a nova sigla ocupará a oitava posição na Câmara dos Deputados e a quinta no Senado Federal.
A decisão foi selada durante convenção partidária realizada em Brasília, reunindo as principais lideranças de ambas as siglas. O movimento visa, sobretudo, garantir a sobrevivência política diante do avanço de outras forças do Centrão e da direita no país.
Como ficará a nova bancada no Congresso
Atualmente, o PSDB conta com 13 deputados e três senadores, enquanto o Podemos soma 15 deputados e quatro senadores. Com a incorporação, o novo partido terá:
- 28 deputados federais, tornando-se a oitava maior bancada da Câmara.
- 7 senadores, ocupando a quinta colocação no Senado Federal.
Esse reposicionamento no Congresso devolve aos tucanos parte da relevância política perdida nas últimas décadas.
Incorporação, não fusão: entenda a diferença
Embora tratada como uma fusão na prática, o processo foi formalizado como uma incorporação do Podemos pelo PSDB, devido às regras da Justiça Eleitoral. Desde 2022, o PSDB está federado ao Cidadania e, por isso, não poderia realizar uma fusão formal, apenas absorver outra legenda.
No entanto, os termos acordados indicam mudanças profundas:
- Reformulação completa do estatuto partidário;
- Discussões sobre a troca do tradicional número 45 por outro na urna;
- Redefinição do comando da nova legenda, ainda sem consenso.
Sobrevivência política em meio a um cenário desafiador
O principal objetivo da união é garantir a sobrevivência política. A fusão entre PP e União Brasil, anunciada recentemente, além do fortalecimento de outras siglas do Centrão e da extrema direita, pressionou as lideranças de PSDB e Podemos a buscarem uma estratégia conjunta para evitar ainda mais perdas eleitorais e financeiras.
O PSDB, que já comandou o Palácio do Planalto com Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) e foi protagonista na política brasileira por décadas, enfrenta sucessivas crises desde 2014, quando Aécio Neves perdeu a disputa presidencial para Dilma Rousseff (PT).
De lá para cá, o partido:
- Sofreu debandada de lideranças;
- Perdeu o governo de São Paulo após 28 anos;
- Encolheu sua bancada no Senado a ponto de, em 2023, perder até o direito à liderança na Casa, ficando sem o tradicional gabinete no Salão Azul.
Comando da nova sigla ainda indefinido
O PSDB é presidido atualmente por Marconi Perillo, ex-governador de Goiás, que venceu uma disputa interna contra nomes como Aécio Neves (MG). Já o Podemos é liderado pela deputada federal Renata Abreu (SP).
O comando da nova legenda será tema de intensas negociações nos próximos dias. As lideranças de ambas as partes reconhecem que haverá disputas internas para definir a nova executiva.
Cenário político segue em transformação
O movimento de fusões e incorporações é reflexo direto das novas regras eleitorais, que pressionam os partidos a se fortalecerem para assegurar maior acesso ao fundo eleitoral e ao tempo de propaganda. Além disso, o avanço de federações como a recém-anunciada união entre PP e União Brasil reforça a necessidade de adaptação das siglas tradicionais.
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