Entenda as origens históricas, os desdobramentos recentes e os riscos de uma guerra regional
O embate entre Irã e Israel atingiu um novo nível de tensão nos últimos meses, com ataques diretos, ameaças mútuas e a intensificação de conflitos em diversas frentes no Oriente Médio. O que antes era uma guerra de influência e ações indiretas evoluiu para confrontos com potencial de desdobramentos globais.
A seguir, entenda as origens do conflito, sua evolução histórica, os principais atores envolvidos e os cenários possíveis para os próximos meses.
Relações cortadas desde 1979: da diplomacia à rivalidade ideológica
Até o fim da década de 1970, Irã e Israel mantinham uma relação diplomática relativamente estável. No entanto, tudo mudou com a Revolução Islâmica de 1979, que derrubou o regime do xá e instaurou uma teocracia xiita liderada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini. Desde então, o novo regime passou a considerar Israel como um "inimigo do Islã" e cortou todos os laços diplomáticos.
O Irã passou a financiar e treinar grupos armados contrários à existência do Estado de Israel, como o Hezbollah, no Líbano, e o Hamas, na Palestina. Com isso, os dois países passaram a travar uma guerra por procuração, com confrontos indiretos em diferentes territórios.
Programa nuclear iraniano: o ponto central da tensão moderna
Nos anos 2000, o programa nuclear iraniano passou a ser o principal foco de preocupação de Israel. O governo israelense teme que o Irã desenvolva armas nucleares, o que representaria uma ameaça existencial. Já o Irã afirma que o programa tem fins pacíficos.
Em resposta, Israel realizou ataques cibernéticos, como o conhecido caso do vírus Stuxnet, e é apontado como responsável por assassinatos de cientistas nucleares iranianos. A tensão aumentou ainda mais após a saída dos Estados Unidos do Acordo Nuclear de 2015, sob o governo Trump.
Expansão da influência iraniana e ações militares israelenses
A guerra civil na Síria, iniciada em 2011, abriu espaço para a atuação direta do Irã no território sírio, com o envio de tropas e milícias. Em contrapartida, Israel intensificou os bombardeios a posições iranianas e de aliados dentro da Síria, buscando conter a instalação de bases próximas às suas fronteiras.
Além disso, grupos como o Hezbollah, apoiados pelo Irã, vêm sendo fortalecidos militar e politicamente, com grande arsenal de mísseis voltados para o território israelense.
2024 e 2025: ataques diretos elevam risco de guerra total
Em abril de 2024, o conflito atingiu uma nova fase quando o Irã lançou um ataque direto com centenas de drones e mísseis contra Israel, como retaliação a um ataque israelense a um consulado iraniano na Síria. A resposta veio de forma inédita: Israel atacou alvos dentro do território iraniano, marcando um momento histórico de confronto direto entre os países.
O episódio acendeu alertas internacionais sobre uma possível guerra regional, envolvendo ainda o Hezbollah no Líbano, o Hamas na Faixa de Gaza e até mesmo os rebeldes Houthis no Iêmen, que também recebem apoio iraniano.
Cenário atual: tensão constante e risco geopolítico
Em 2025, o cenário é de instabilidade e alta tensão. Embora ainda não tenha se concretizado uma guerra aberta, as ações militares, os discursos hostis e a movimentação de tropas e armamentos indicam um risco crescente de escalada.
Analistas alertam que qualquer novo ataque de grande escala pode gerar uma reação em cadeia que envolva outros países da região e até as principais potências globais.
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