Zambelli foge do Brasil e embaixador admite: 'Só será presa se sair de casa'

 

Foto: Reprodução 

Embaixador brasileiro admite que captura da deputada afastada só poderá ocorrer em local público; extradição é possível, mas pode levar meses

A execução da pena da deputada federal afastada Carla Zambelli (PL-SP), condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), enfrenta obstáculos jurídicos e diplomáticos na Itália. A parlamentar, que deixou o Brasil antes da inclusão na lista vermelha da Interpol, encontra-se refugiada em solo europeu e fora do alcance imediato das autoridades brasileiras.

Falta de mandado de busca dificulta ação da polícia italiana

Segundo declarou o embaixador brasileiro na Itália, Renato Mosca, mesmo que as autoridades tenham conhecimento da localização exata de Carla Zambelli, a ausência de um mandado de busca impede qualquer ação policial em residências privadas no país.

“Mesmo que haja o conhecimento de que ela estaria em determinado local, dentro de uma casa, não há mandado de busca. A polícia [italiana] não pode entrar dentro de uma casa para retirá-la e prendê-la. Ela terá de ser presa no momento em que estiver em local público. Isso dificulta a situação, mas não há outro caminho”, afirmou Mosca.

A fala do diplomata acende um alerta para um cenário de possível blindagem de figuras políticas que, mesmo condenadas, escapam do sistema penal brasileiro com base em brechas internacionais e na morosidade do processo de extradição.

Entrada na Itália ocorreu antes de alerta da Interpol

Zambelli embarcou para o exterior com passaporte italiano antes de ser inserida na lista de procurados da Interpol. Isso fez com que sua entrada na Itália fosse legal e sem bloqueios. Apesar disso, o governo brasileiro está em contato com as autoridades italianas por meio da Embaixada em Roma e da Polícia Federal.

“Estamos em diálogo com os ministérios dos Negócios Estrangeiros e do Interior, além da polícia local, por meio do adido policial”, completou o embaixador.

Zambelli tem dupla cidadania, o que levanta dúvidas sobre a efetividade de uma eventual extradição. No entanto, o embaixador reforçou que esse fator não impede que o país europeu cumpra os acordos internacionais que mantêm com o Brasil. Desde 2024, a Itália já extraditou inclusive cidadãos ítalo-brasileiros em situações semelhantes.

Processo de extradição pode se arrastar por meses

A extradição da parlamentar depende de trâmites jurídicos e políticos. O embaixador admitiu que o processo pode ser longo e envolver debates judiciais internos na Itália.

“É um processo demorado, mas há precedente. Já houve extradições semelhantes, inclusive de cidadãos com dupla nacionalidade.”

A demora e as limitações operacionais reforçam a percepção de que a impunidade pode prevalecer em casos de corrupção ou atentados contra o Estado brasileiro, especialmente quando há prerrogativas políticas envolvidas.

A crise da confiança nas instituições

A situação de Zambelli escancara um drama já recorrente no país: figuras públicas sendo condenadas, mas fugindo do cumprimento das penas. O caso gera indignação popular e cobra uma atuação mais firme das autoridades diplomáticas e judiciais.

A parlamentar já havia protagonizado outras polêmicas nos últimos anos, sendo figura constante em investigações que envolvem desinformação, ataques ao sistema eleitoral e uso indevido de redes institucionais.

Leia também: STF condena Carla Zambelli por invasão ao CNJ e parlamentares reagem


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