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Foto: Reprodução |
Crime motivado por crenças tradicionais chocou a comunidade e levanta debate sobre os limites entre cultura e legislação
A Polícia Civil prendeu na última quinta-feira (22) o segundo suspeito de envolvimento no assassinato do pajé indígena Hurui Kulina, de 49 anos. O crime ocorreu em 2023 e ganhou grande repercussão por envolver um líder espiritual da etnia Kulina. O suspeito, identificado como Beda Kulina, foi capturado na região de Santa Rosa do Purus, após meses de buscas.
A prisão de Beda aconteceu dois dias após a detenção do primeiro suspeito, realizada na terça-feira (20). Segundo as autoridades, ambos confessaram participação no crime, alegando motivações ligadas às tradições culturais da comunidade.
Entenda o caso: crime por suposto feitiço
De acordo com informações da Polícia Civil, os acusados relataram que o pajé estaria lançando feitiços contra membros da própria aldeia, especialmente contra o pai de um dos autores, que se encontra em estado grave de saúde. Na cultura Kulina, essa prática é conhecida como “durin”, uma espécie de maldição que, segundo a tradição, pode causar doenças e até a morte.
“O caso ganhou repercussão por envolver um líder espiritual indígena e por levantar discussões sobre conflitos internos motivados por crenças tradicionais e justiça pelas próprias mãos. A Polícia Civil reforça que, mesmo diante de elementos culturais, crimes como homicídio serão rigorosamente investigados e punidos conforme a legislação brasileira”, afirmou o delegado Thiago Parente, responsável pelas investigações.
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Fuga e trabalho de inteligência da polícia
Desde o homicídio, os suspeitos se mantinham escondidos em aldeias isoladas na região de Santa Rosa do Purus, o que dificultou o trabalho das equipes de investigação. Por meio de ações de inteligência e monitoramento, os policiais civis conseguiram localizar Beda quando ele transitava pelo município de Manoel Urbano.
A primeira prisão, realizada no dia 20, foi fundamental para as diligências que resultaram na captura do segundo suspeito. Com ambos detidos, a Polícia Civil conclui a fase principal das investigações. O inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que adotará as providências cabíveis para o processo judicial.
O que diz a lei diante de conflitos culturais?
Apesar de envolver questões culturais e espirituais da etnia, a Polícia Civil reforça que a legislação brasileira não permite qualquer tipo de violência ou homicídio como forma de resolver conflitos, independentemente da motivação.
Casos como este levantam importantes reflexões sobre a necessidade de diálogo entre as autoridades, o Ministério dos Povos Indígenas e as lideranças das comunidades, a fim de construir soluções que respeitem a cultura, mas que também estejam alinhadas aos direitos humanos e às leis nacionais.
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